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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

a liberdade é azul (a casa de Julie)

A Liberdade é Azul é o primeiro filme da famosa Trilogia das Cores do diretor polonês Krzysztof Kieslowski. Produzido em 1993, o filme traz a maravilhosa Juliette Binoche como a protagonista Julie. A personagem sobrevive ao acidente que mata seu esposo - um renomado maestro e compositor francês - e sua filha de apenas cinco anos de idade.

Recheado de simbolismos e analogias entre a cor azul e a fase melancólica da personagem, este é um filme bonito, porém denso, que retrata em vários tons, a transição entre a mais profunda tristeza até a aceitação das mudanças em sua vida.


Mas o que nos interessa tratar aqui é da decoração da casa da personagem Julie que, assim como todas, diz muito sobre ela e sobre o momento que atravessa! Desde a morte do marido, ela se muda para uma nova casa que permanece com um aspecto de recém-chegada durante todo o filme.

Quanto mais Julie se adapta à nova rotina, a arrumação da casa vai tomando forma e sendo preenchida, refletindo o humor da personagem que melhora com o desenrolar da história. Neste contexto, o elemento que mais chama atenção é o pendente de pedrarias azul, que ela traz da sua antiga casa, como objeto de memória da sua antiga vida.

Em algumas cenas é possível notar-se ainda caixas pelo chão e algumas coisas fora do lugar, dando um aspecto vazio ao ambiente. Este clima é atenuado pelas grandes janelas da sala que ao mesmo tempo que refletem à luz azul do pendente, trazem novos ares e mais clareza à vida de Julie. Como uma forma de mesclar o passado e presente, permeando esta sua belíssima transição. Talvez esta minha interpretação esteja simbolista por demais, rs, mas creio que a cenografia procurou passar este clima de readaptação de Julie à (sua nova) vida.

Se você ainda não assistiu à este filme, não o deixe de ver! Assim como os outros dessa trilogia. Vale muito à pena! Selecionei aqui um trechinho do filme para ilustrar essa atmosfera azul, que beira o sombrio e o melancólico na vida de Julie. Espero que curtam!





quarta-feira, 7 de novembro de 2012

cabeceiras p'ra sonhar



  • Pra orientar um amigo que quer uma cabeceira pra cama box dei uma pesquisada rápida em algumas cabeceiras aqui pela net e acabei me inspirando muito pra fazer cabeceiras "à torto e à direito" por aí, haha





    Eu tenho essa mania de reutilizar as coisas. Se você tiver em casa algum tipo de madeira, resto de ferro, arame, espuma, espelho quebrado, estrado, pallet, porta antiga, biombo, tampo de mesa velho, resto de tecido, ou qualquer coisa que seja retangular (ou não!) e reaproveitável, pode virar cabeceira! é só dar uma ajeitadinha daqui e dali e pronto: com um pouco de carinho e tempo de dedicação, tudo se ajeita!
    Mas se você não tiver nada assim em casa e tiver um pouquinho de destreza na mão, dá pra fazer um painel na parede utilizando adesivo, tinta, tecido, papel de parede (ou papel de presente, um "substituto" beeem mais barato, hehe).














    Lembrando que dependendo de como for o ambiente e a cabeceira, a mudança vai fazer ser das grandes (!) e transformar o quarto por completo: acreditem, hehe. Por isso é sempre bom estudar a composição do espaço. Se tiverem um profissional (ou estudante rs) específico disponível, não deixe de aproveitá-lo!
    • Bom é isso: fiquei inspirada com estas imagens, espero que inspirem à todos pra realizarem essas pequenas mudanças que transformam a casa e nosso bem-estar. (:

    sábado, 15 de setembro de 2012

    os objetos impossíveis de Jacques Carelman

    Jacques Carelman é um daqueles artistas que brincam com a lógica das coisas e invertem os sentidos de um modo encantador. Quase como um quadro surrealista, Carelman sugere em seus objetos formatos absurdos que dispensam de si sua função principal. Um exemplo disto é o bule especialmente feito para masoquistas rs e "à mesa, eu e você" onde a função principal é aproximar as pessoas quando estão à mesa.

    Estes e outros objetos - tão absurdos e divertidos quanto - estão em um catálogo criado pelo artista em 1969. Desapegados de qualquer funcionalidade convencional, são uma crítica, quase uma sátira, à necessidade de consumo (e à lógica: comprar, consumir e descartar).

    absurdo, Carelman, fantastico, ilogico, inutilidade, Jacques, objetos


    Talvez a obra de Carelman questione a nossa necessidade de determinados objetos, mas analisando um pouco fora da crítica anticonsumista do autor, seus objetos também sugerem outros usos e funções para si, mesmo que absurdas. Nos fazem pensar como algumas peças seriam se tivessem outro formato e que talvez elas só funcionam por possuírem aquela forma.

    Rocking-tableCactus Glove

    Lembrando que aí se dá a maior função do designer: projetar coisas (objetos, ambientes, peças gráficas) que associem, da melhor maneira, forma à função para satisfazer a necessidade de um usuário específico.

    Para designers ou não, as reflexões fornecidas pela obra de Carelman são válidas: preciso mesmo daquele objeto? a forma é importante, chega a ser essencial? O que você acha disso?

    Jacques Carelman faleceu em março de 2012, mas você pode ver mais desses objetos loucos no site do artista.

    absurdo, Carelman, fantastico, ilogico, inutilidade, Jacques, objetos


     Créditos: Obvious Magazine
    It's Nice That





    quinta-feira, 13 de setembro de 2012

    mais de Le Brun

    Como mencionei no post anterior, Charles Le Brun foi responsável pela decoração do Palácio de Vaux-le-Vicomte, propriedade do Superintendente das Finanças do rei Luís XIV, Nicolas Fouquet. Este castelo setecentista foi construído em estilo barroco pelo arquiteto Louis Le Vau, o pintor e decorador Charles Le Brun e o paisagista André Le Nôtre entre 1658-61, a mesma equipe que concebeu mais tarde o Palácio de Versalhes para o rei Luís XIV.


    Ficheiro:Château de Vaux-le-Vicomte, septembre 2005 02.jpg
    Vista do Palácio a partir do portão

    Ficheiro:Vaux le vicomte 1.jpg
    Fachada principal, vista do jardim

    Abaixo algumas imagens das decorações feitas por Charles Le Brun para o Palácio:

    Quarto de Nicolas Fouquet
    Quarto da Sra. Madeleine Fouquet

     
    Sala de Jantar
    Le Vau,Louis,architect. Main Facade, Vaux-le-Vicomte palace, begun 1641. Interior decoration by Louis Le Brun (1619-1690), garden by Andre Le Notre (1613-1670). For Vaux le Vicomte see 14-01-04/1-20
    Escultura do Jardim, vista da fachada principal
    Sala de Jogos
    Le Brun,Charles. Vaux-le-Vicomte, "Salon des Muses", trompe-l'oeil ceiling with murals of the muses and a raised dais. Moliere's "Ecole des Maris" was performed here for the guests of Nicolas Fouquet on July 12, 1661. For Vaux-le-Vicomte see 14-01-04/1-20
    Salão das Musas, salão para convidados





    Créditos:

    talvez o primeiro decorador


    Você sabe quem foi Charles Le Brun




    Arquivo: Le brun.jpg
    Charles Le Brun (Retrato de Nicolas de Largillière)


    Charles Le Brun (1619-1690), nascido em Paris, França, foi um pintor, teórico e um dos primeiros decoradores da qual se têm registro.

    Filho de um escultor que lhe ensinou a profissão, Charles revelou cedo sua vocação para a pintura, começando a trabalhar com um pintor local (François Perrier) aos treze anos. Seu talento chamou a atenção do Chanceler Pierre Séguier que o tomou para sua guarda e o levou em viagens para Itália, onde estudou grandes escultores e pintores italianos e conheceu Nicolas Poussin, seu mestre anos mais tarde.

    De volta à Paris, recebeu várias encomendas de trabalho, entre elas a do Superintendente das Finanças de Luís XIV, Nicolas Fouquet, para quem realizou as esculturas dos jardins, as tapeçarias e a decoração interior do Palácio de Vaux-le-Vicomte.

    Le Brun foi ainda nomeado Primeiro Pintor Real, diretor da Manufatora Real dos Gobelins (famosas tapeçarias francesas) e da mobília real e Chanceler vitalício da Academia Real de Pintura e Escultura, que fundou com outros onze pintores. Fundou ainda a Academia de França, em Roma, com o objetivo de formar e estimular o talento de jovens pintores e escultores.

    Algum tempo mais tarde, Le Brun também foi responsável pela tranformação do Pavilhão de Caça de Luís III no Palácio de Versalhes, junto ao arquiteto Louis Le Vau e ao paisagista André Le Nôtre (criador dos "jardins à francesa"). Le Brun, realizou trabalhos na decoração e pintura na Escada dos Embaixadores, na Galeria dos Espelhos, nas salas da Paz e da Guerra e nos grandes apartamentos reais, constantemente inspirado na mitologia e na arte italiana e honrando sempre o Rei Sol - Luís XIV. Le Brun foi ainda o criador da Art Officiel, arte colocada ao serviço do poder e das grandes instituições.


    Galeria dos Espelhos (Palácio de Versalhes)




    Como teórico, escreveu o tratado A Expressão das Paixões (1663), no qual analisou os diferentes estilos e gêneros de pinturas, e Método para Aprender a Desenhar as Paixões (1698, edição póstuma), no qual descodificou, apoiando-se nas teorias de Nicolas Poussin, seu mestre na pintura, a expressão visual das paixões na pintura.


    Quanto aos seus trabalhos, destacam-se ainda, a decoração da Galeria de Apolo (1663) no Louvre e os quadros O Retrato Equestre do Chanceler Séguier (1655-57), Alexandre e Porus (1673), Adoração dos Pastores (1690), Martírio de S. André (1647), entre outros.






    Galeria de Apolo (Museu do Louvre)


    Ficheiro:Salle des gardes de la reine-JUPITER ACCOMPAGNE DE LA JUSTICE ET DE LA PIETE.jpg
    Teto da "Guarita da Rainha", com a pintura Júpiter acompanhado da Justiça e da Piedade


    Ficheiro:Versailles Queen's Chamber.jpg
    Quarto da Rainha (Palácio de Versalhes)


    Créditos:

    sexta-feira, 29 de junho de 2012

    a elegantíssima luminária IQlight





    O IQlight System™, ou apenas IQlight, como ficou mundialmente conhecido é um conceito de luminárias construídas a partir de módulos que interligados podem formar luminárias de tamanhos e formas variadas. Este projeto foi criado em 1972 pelo designer dinamarquês Holger Strom.


    As formas das luminárias utilizam de 9 a 120 módulos, mas conforme minhas buscas aqui na internet li que elas podem ser feitas com até 200 módulos (não me perguntem como, rs). Só vem à mente luminárias gigantes, rs.


    A elegante IQlight fascina por ser tão contemporânea (mesmo tendo sido projetada à 40 anos) e versátil!
    Quem gosta do jeito “faça você mesmo” de encarar as coisas, pode confeccionar a sua! Como?
    É só imprimir o desenho dos módulos e ser feliz!
    Ela pode ser confeccionada por qualquer pessoa (é bem fácil) e a partir de qualquer* material. Você pode também fazer os módulos em tamanhos diferentes, usar papéis coloridos... dá para ousar bastante.
    Por amor às causas sustentáveis, eu fiz uma aqui pra casa (na foto ao lado) com embalagens tetra pak, aquelas de leite, e gostei bastante do resultado. Acabou ficando só decorativa mesmo aqui na varandinha, mas depois quero tentar com garrafas PET e com a lâmpada embutida (tentem antes de mim e me mostrem! :).


    *uma dica importante é utilizar lâmpadas fluorescentes e papéis mais grossinhos. Assim não tem perigo de sua luminária virar uma bola de fogo, rs.

    Como montar:


























































    Créditos:
    - Site oficial da luminária (em inglês) é bem bacana, vale a pena dar uma olhada.


    domingo, 24 de junho de 2012

    que casa empoeirada!

    Sei que deixei aqui de lado por uns tempos, mas foi por uma boa causa.

    Estava (e ainda estou, rs) muito ocupada com as coisas da Pré-CONDe (Pré-Comissão Organizadora do Encontro Nacional dos Estudantes de Design).

    Ano que vem o evento acontecerá em Salvador e já estamos arregaçando bem as mangas pra fazer um evento de qualidade! quer conhecer um pouco mais sobre o assunto? Acesse www.insiraseucontextoaqui.com.br

    Enquanto os outros posts não vêm, deixo vocês com a querida Marisa, cantando sobre esses nossos cantinhos escondidos e decorados de saudade!




    Abraços e afagos,
    Line.

    terça-feira, 1 de maio de 2012

    abrindo as portas, janelas...e o coração.

    Manhã de terça que mais tá parecendo manhã de sábado!
    Feriado de céu bem azul, com direito ao cantar dos pássaros e previsão para um dia bem agitado!
    Nada como início de mês pra tirar os projetos da gaveta e colocar as ideias em dia, né?


    Pois bem, este é o primeiro post deste blog que tem como objetivo falar sobretudo de Design e Decoração. Estabelecendo algumas das possíveis relações entre Design, Arte e Arquitetura.

    Entre divagações, críticas, trabalhos lá da faculdade, experiências feitas aqui em casa ou em casas cobaias de amigos, ideias interessantes de outras pessoas mundo afora e mais o que vier à mente.
    Tentando esclarecer algumas questões desta área tão específica, confusa (para muitos!) e igualmente maravilhosa que é o Design de Interiores.

    Enfim!

    É muita ideia e pouco tempo para colocar em prática (e transformar em texto), mas prometo dar conta do serviço!

    Enquanto eu arregaço as mangas para organizar a papelada e elaborar os próximos posts, você aí, por favor: vai entrando, se jogando no sofá e se sentindo à vontade!

    Mi casa es su casa! ;)